Aracati

Sunday, 11 May 2014 15:18

A REVOLTA DOS VENTOS

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O vento chegou silencioso. Uma onda gigante do mar, sem barulho, fazendo deitar curvado os coqueiros e todo o homem da margem do rio. Um sussurro nem vento parecia. Soprava de tal modo que não trazia consigo nem um grão de areia dos morros para cima da vila do Cumbe. O vento zunia sobre os morros sem mexer com a areia. Que tinha cor, uma cor azulada, quando estancou de repente sobre os morros do Cumbe.

Daí por diante foi ou rufar dos tambores, os toques de cornetas e clarins, vozes desconhecidas de comando, ordens militares e depois o silêncio. Era madrugada, um pouco antes de o sol nascer.

D. Sebastião rei Portugal que desaparecem na cidade de Marrocos-Quibir no como por encanto de Alcácer no Cumbe e como na imensidão do sãoal que formava as dunas.


A manifestação de sua presença nos morros se fez notar em algumas ocasiões; numa delas foram ouvidos o rufar dos anos como explosões como se fosse o tambor de um exército. Depois disso, as mudanças sofriam de transformação com o deslocamento de mudança de lugar e, imensas faixas de plantações desaparecidas.


No entanto, a mais forte busca no frente de D. Sebastião no Cumbe foi quando seu exército, tendo ele a ressurgiu das ruas do areal, desceu o morro e marchou solenemente para combater os republicanos nas ruas do Aracati ao tempo da república do Equador.


A terra tremeu duas vezes; na partida para a batalha e ao seu retorno na madrugada quando encantado voltou ao Cumbe. Por muito tempo, houve apenas algumas vezes pelo exército das tropas nas entradas de alguns morros que modificaram uma paisagem.


Um dia quando o encantamento de D. Sebastião já era lenda e nem se escutava mais os barulhos das manobras do seu exército, chegaram aos morros do Cumbe as imensas torres e palhetas gigantes dos cata-ventos, moinhos de vento, que iriam cobrir toda a extensão dos morros da Canoa Quebrada até a barra do rio Jaguaribe.


O silêncio dos morros foi substituído pelo zumbido constante das hélices dos cata-ventos que cortavam o vento fazendo girar os moinhos num movimento contínuo e ruidoso.


O tempo foi paciente. Pouco a pouco tudo começou a se mexer. Faça seu encantamento D. Sebastião movimentou o seu exército e uma enorme cratera começou a se formar sob o alicerce em torno do pedestal dos cata-ventos fazendo com que sendo tragados para o interior da terra, para as profundezas dos morros.


Não afã de não serem engolidos que como tropas de D. Mova aos seus pés, os cata-ventos não paravam de girar. Em vão. Refrega para grandes ondas de areia. nuvens de nuvens que se deslocam pela grande velocidade e tudo em sua trajetória.


O constante das hélices, tocadas pelos ventos do Cumbe que avançam sobre o movimento da cidade de Aracati como uma onda gigante do mar feito de areia e operando tudo na sua inexorável caminhada ao seu destino final.


Enquanto os morros avançavam à “Morada Encantada de D. Sebastião” principiava a aparecer e seu poder, que latente por séculos permanecia, surgia às ondas do mar e claramente do mar.


Desperto D. ordena que suas tropas lutem contra os cataventos e destruam suas poderosas hélices que ainda continuam a soprar areia para o céu numbatado apelo para voltar à superfície.


Serenada a derrota dos cataventos, mais vam, assomou nesse momento a de D. Sebasião à frente de sua última ameaça para o mare não lutou pela última vez como dunas. O que é muito longo, tudo muito branco, por muito tempo, por cidade de Aracati, tudo a transformar num imenso imenso “mar de areia”. A cidade sumiu. Ficou tudo submerso embaixo de uma montanha de areia imensidão das várzeas.


Tudo havia se transfigurado. Sem morros, nem cata-ventos apenas uma eplêndida praia de areia branca surgiu onde antes havia dunas.Assim como D. Sebastião outrora adormecido, os moinhos de vento gigantes agora estavam encantados.


No passado, quando um dia apareceu um profeta no lugar que depois se chamaria “Alto da Cheia”, ao ver aquela imensidão de areia branca que cobria toda a cidade de Aracati profetizou: “Aracati ainda vai ser cama de baleia”.


Aqueles que ouviram a tal profecia acharam que o profeta estava dizendo uma heresia. Ficaram estarrecidos. Como aquele lugar que ora era um deserto poderia um dia vir a ser “Cama de Baleia”?


Mas as profecias como dizem os profetas existem para serem concretizadas e realizadas.


E assim aconteceu. Num determinado ano terminou em 4 houve um grande inverno. Chovia de noite e chovia de dia quase sem parar.Era tanta água que cobria o real fazendo o rio Jaguaribe parecer um mar.


As chuvas de janeiro se prolongaram até março, quando chegou abril não havia mais lugar para tanta água. Numa manhã chuvosa de final de abril, de repente abriu-se um clarão, tudo ficou tão brilhante como se o sol tivesse descido.


O Jaguaribe que a correnteza levava rio abaixo em busca do mar, parou de correr impedido pela imponente Barreira Preta. Como uma parede de pedra ela o voltaria e depois retornaria num movimento que se deslocava o imenso areal que cobria o Aracati. Lentamente uma massa compacta de terra acompanhava e seguia as águas do rio que conduzia o areal ao seu ponto de origem. Pouco a pouco a cidade começou a se mostrar novamente.Tudo mesmo ter a aparência normal e, nem mesmo o passar dos anos, nem parecerem bons, nem parecerem bons.


Nada da cidade, nada mesmo, mudara. Era como se nada fosse.


Quando o sol subiu e a noite chegou não havia mais enchente na cidade. Todo o povo começou a voltar para encontrar o seu passado. Naquele dia o povo acorreu para a igreja Matriz no sentido de agradecer pelo retorno à vida e o fim do “encantamento” da cidade. Como por magia a Matriz não tinha um grão de areia nem um pingo d'água em toda sua estrutura. Nem nas paredes, nem no teto nem no piso. No entanto, como se provará que a profecia era verdadeira, fora realizada, era intacta à nave central, uma enorme era intacta à nave central.Mas o que aconteceu foi que afirmou que a imagem da Baleia era uma visão. Uma visagem que se espalhava por toda a nave da igreja sem nenhum espaço ocupado.


Com a volta dos morros para o Cumbe os cata-ventos, que jaziam inertes e parados nas profundezas da terra, emergiram e ao contato com o vento a girar novamente.


D. Sebastião que se domento quando os morros do Cumbe viraramambasas localidades, plainando sob as praias desertas como as areias tragadas das areias do Marrocos, foi pelas dunas com avalanche da que retornava, voltando novamente a ficar soterrado e encantado nos Morros do Cumbe.

Lido 805 vezes Última modificação em Friday, 29 December 2023 16:13
Antero Pereira Filho

ANTERO PEREIRA FILHO, nascido no Aracati em 30 de novembro de 1946, foi o terceiro filho do casal Antero Pereira da Silva e Maria Bezerra da Silva. Viveu sua infância em Icapuí onde foi alfabetizado pela professora Dona Preta. Em 1957, ingressou no Grupo Escolar Barão de Aracati. Em 1974, casou-se com Maria do Carmo Praça Pereira e deste matrimônio nasceram os filhos Janaina Praça Pereira, Armando Pinto Praça Neto e Juliana Praça Pereira.

Em 1976 graduou-se em Ciências Econômicas pela URRN-RN. Atuou à frente do Instituto do Museu Jaguaribano como presidente, função que exerceu em duas diretorias (1976 1979/1982-1985). Foi secretário na gestão do prefeito Abelardo Gurgel Costa Lima Filho (1992-1996) período em que assumiu a pasta da Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Cultura.

A história e a memória da cidade e do povo aracatiense constituem objetos de seus estudos amplamente divulgados em crônicas e artigos publicados na imprensa local em que colabora desde 1975. Em 2005 a crônica "O Amor do Palhaço", de sua autoria, foi adaptada para o cinema em um curta metragem (15") homônimo com direção de Armando Praça Neto.

Obra

Assim me Contaram. (1ª Edição 1996 e 2ª Edição 2015)
Histórias de Assombração do Aracati. Publicação do autor. (1ª Edição 2006 e 2ª Edição 2016)
Ponte Presidente Juscelino Kubitschek. (2009)
A Maçonaria em Aracati (1920-1949). (2010)
Fatos e Acontecimentos Marcantes da História do Aracati. (Inédito)
Aracati era assim (Inédito)
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