Seu nome - Raimundo Herculano de Moura. Nome de poeta e de santo, também. Santo pode até não ter sido, mas poeta, reconhecidamente, o foi!
Entretanto, comecei a admirá-lo longe desta façanha, acomodado em sua vidinha simples, afeito a um bom papo e às amizades. Fomos vizinhos. Cresci entre os seus e nos trocamos estima e consideração. Razão por qual, simplesmente, o chamava de "seu" Herculano. E o abraço era trocado, como também, algumas dúzias de cordiais palavras.
Depois, aos poucos, fui atingindo a sua importância dentro da nossa história cultural. E o descobri poeta dos sonhos, da melancolia, da vida e morte, pranto e saudade. Poeta de um rio de infância onde siris e moluscos brincavam na lama e ele se punha, uma garça merencória, lobrigar...
Hoje dirias: "Até que enfim eis terminada a quadra/ negra e fatal do meu viver sombrio". Ah! Poeta! Que pena te ver assim partindo!...
Mas ao percorreres este novo caminho, por certo encontrarás luz para o teu pranto e cobrirás o céu com teus novos versos. Dizemos nós.
E eu feito aquela menina tão distante, peço perdão porque mesmo te admirando tanto, muito pouco de ti falei.
Vive, pois, a glória da tua nova vida porque, numa eternidade resplandecente, merecida, cabe poetas, também.
Fortaleza. 30/05/07