A exposição “Cacos de uma história: vestígios arqueológicos e utensílios domésticos de Aracati e Maranguape dos séculos XVIII e XIX” reúne 24 peças catalogadas pela equipe coordenada pela arqueóloga Verônica Pontes Viana. As peças foram encontradas no ano passado e foram expostas, pela primeira vez, em Aracati.
Nos estratos mais profundos da cidade de Aracati, foram descobertas faianças e cerâmicas de fabricação portuguesa que chegaram no século XVIII, quando o comércio brasileiro era exclusivo com a Coroa Portuguesa. Tanto em Aracati como em Maranguape, foram descobertos elementos diversos da tralha doméstica do século XIX, chegados ao Brasil logo após a Abertura dos Portos às nações amigas, em 1808.
Dentre os objetos deste período, aparecem em profusão as faianças finas de fabricação inglesa destinadas aos serviços de jantar, chá e café, além de malgas destinadas ao consumo de alimentos pastosos, comuns no século XIX.
Nas duas cidades foi recuperado grande número de garrafas de grés, recipientes destinados a acondicionar azeites, tintas e bebidas alcoólicas, a exemplo da cachaça genebra que se popularizou no Brasil com a designação local de “zinebra”. São apresentadas ainda nesta exposição algumas imagens das intervenções arqueológicas realizadas durante o acompanhamento da obra, a exemplo das escavações das fundações do Sobrado das Corujas, em Aracati, uma construção da primeira metade do século XIX, demolida na década de 1940 para dar lugar a uma rua da cidade.
De acordo com a gerente de meio ambiente da Cagece, Maria Amélia Menezes, a exposição mostra alguns objetos recuperados durante a abertura de valas, poços de visita e ligações domiciliares nas duas cidades. “Durante o acompanhamento da obra por uma equipe multidisciplinar de arqueólogos, historiadores e arquitetos, foi descoberta grande quantidade de materiais”, afirma.
Segundo Maria Amélia Menezes, a Cagece financia as pesquisas arqueológicas durante suas obras em cumprimento à legislação do patrimônio arqueológico brasileiro. Depois da exposição, a Universidade Estadual do Ceará já mostrou interesse em receber as peças. A assessoria de imprensa da Cagece não informou qual departamento da Uece será responsável pela aquisição e que possui estrutura adequada para permanecer com as peças.
Além da exposição em Fortaleza, a Cagece também tem o interesse em expor todas as peças arqueológicas pelas unidades do Interior do Estado.
Mais informações | Exposição ´Cacos de uma história´
Av. Lauro Vieira Chaves, 1030
Vila União - Fortaleza (CE)
23 a 31 de julho