De acordo com ele, obras como construção de banheiros, pinturas e recomposição, são passíveis de serem realizadas, desde que haja, como ressaltou, a autorização do Iphan. O arquiteto conta que em lugares como Olinda, Ouro Preto e Tiradentes, reconhecidos sítios históricos, os moradores mostram conscientização condizente com o local em que vivem. “Em Olinda, por exemplo, as pessoas estacionam seus carros na rua mesmo”, diz, se referindo a um recorrente problema em Aracati. No Município, ao contrário, a maior problemática entre Iphan e proprietários é o desejo destes, de construir garagens em suas casas. O que implicaria destruição da fachada dos imóveis históricos.
Outra dificuldade apontada pelos proprietários é a aquisição de materiais para reformas, como tijolos, telhas ou azulejos semelhantes ou de acordo com a construção original. Para Veloso, tudo isso também tem solução viável. Ele explica que, hoje, existe um nicho crescente de técnicos e empresas voltados para atender esse novo mercado que se forma. Ainda assim, Veloso assume que essa procura ainda é difícil, mas ressalta que o Iphan tem indicações de onde os proprietários podem encontrar o que procuram. “As pessoas têm que deixar o estigma de que o Iphan é aquele bicho-papão. Nós estamos abertos a conversa e podemos dar uma orientação”.
Ainda assim, o arquiteto destaca que todas as propriedades tombadas continuam sendo de total responsabilidade de seus donos, inclusive as obrigações de manutenção. “É muito fácil pedir ao Iphan para restaurar. Isso só acontece em casos extremos”, explica. Como exemplo, ele cita a casa de Adolfo Caminha e o sobrado da família Zaranza, ambos na Rua Alexanzito. Os dois estavam na mesma situação, com estruturas comprometidas, prestes a desabar e atingindo as casas vizinhas. Para evitar situações de risco como essa, o Iphan teve que intervir e realizar, não a restauração, mas apenas obras de estabilização das edificações. Em relação às demais casas, também em estado de degradação, ele demonstra a preocupação, mas admite que não há como o Iphan atender só Aracati, enquanto há demandas surgindo, diariamente, em todo Estado. De acordo com Veloso, um trabalho de análise dos casos do Município e uma decisão sobre que tipo de intervenção fazer, vai ser feito de forma “gradual e com prioridades”. Além do que, o órgão depende, ainda, de liberação de recursos em Brasília.
fonte: www.diariodonordeste.com.br