COMO PEDRO
"Quantas vezes jurei
Amar-Te até o fim,
quantas vezes não o fiz,
só amei, então, a mim.
Quantas vezes jurei
da minha vontade esquecer,
e a Tua cumprir fielmente.
Quantas vezes a menor renúncia
não fui capaz de viver
e o centro da minha vida era eu somente.
Quantas vezes caí,
quantas vezes levantei,
quantas vezes cansei,
mas a Tua voz sempre a me impulsionar:
Coragem, avante!
Hoje eu sei,
o meu caminho não sigo direto,
mas é retorno constante.
De uma coisa eu sei,
vai ser sempre assim,
mas conheço meu chamado,
Contigo e por Ti eu vou até o fim."
(Apoena Reis)
MAIS UMA VEZ
Eu estava caída aos pés de Jesus,
quando Suas mãos me tocaram
e tentaram tirar-me dali,
no desespero comecei a gritar
e a suplicar
que Ele não me tirasse
de perto Dele,
que Ele me deixasse ali,
mesmo sem merecer,
mas Ele insistia em retirar-me,
e eu não soltava Seus pés,
tentando entender
porque devia me separar Dele,
quando por fim, cedi,
confiei Nele e me abandonei em Sua vontade,
não importava mais,
queria a vontade Dele,
então Ele me tirou dos Seus pés
e me recostou junto ao seu peito,
fazendo-me ouvir o pulsar
do amor e da misericórdia.
(Apoena Reis)
ANDO COM SAUDADES
Ando com saudade de sair da escola
e ter alguém pra me buscar,
de comer pipoca depois da missa,
de sentir cosquinhas até faltar o ar.
Saudade de comer
em prato fundo
bolinhas de arroz, feijão,
macarrão, carne, tudo junto!
Saudade de tomar banho na chuva,
de correr atrás de pintinhos, de fazer bolinha de sabão,
de me preocupar só em acertar o passo da dança
e lembrar na prova que montanha é uma grande elevação.
Saudade das minhas maldades
ser só jogar coisinhas no quintal da vizinha,
de dormir no colo da minha mãe,
de ter franjinha.
Saudade de álbuns de figurinha,
das balinhas de 1 centavo, dos meus lacinhos,
de correr na rua, dos meus lápis de cor,
de acreditar que São Jorge mora na lua, de brincar com ioiô.
Saudade de andar na cacunda no meu pai,
de quando o carnaval
era só desfile de bonecos,
maizena e nada mais.
Saudade das minhas bilongas, de usar terêrê e vestido de estampas,
de colar adesivo na agenda, de me pendurar em varal,
de acreditar em lendas,
de ser rica com 1 real.
Saudade de quando brinco
era coisa de menina,
de quando eu me divertia
fazendo faxina.
Saudade de rebobinar a fita,
de fazer cabana com lençol e cadeira,
de imitar chiquititas,
de provar vestidos na costureira.
Saudade dos natais em família,
de quando maquiagem era só pra gente grande,
das unhas pintadas de incolor, das bonecas maltrapilhas,
do meu cobertor, de comer com colher em restaurante.
Ando com saudades dos céus de outrora,
quando a educação era um valor,
quando Deus era a única verdade,
de quando a rebeldia dos jovens era só ouvir rock, querer sair de casa e ter vaidade.
A vida agora é outra, tudo está invertido,
sem sentido, relativo, sem esperança...
Saudade dos anos que deram vida à Apoena criança.
Saudade dos anos 90, a última infância.
(Apoena Reis)