A edificação que se nos antolha resulta da apropriação de um arcabouço muito mais antigo, provavelmente do século XVIII, restando deste período apenas as paredes que conformam as empenas e, talvez, o fechamento posterior do foyer.
O arranjo arquitetônico do frontispício provém, presume-se, da década de 1920, segundo testemunhos existentes no edifício como data aposta à fachada (já não mais existente), além dos elementos decorativos de certa inclinação art nouveau, em voga à época.
Implantado em estreito lote proveniente da típica estruturação fundiária colonial, o complexo é composto por dois volumes construtivos principais, quais sejam, o bloco anterior, pouco recuado em relação ao passeio, correspondente ao foyer e o bloco posterior atinente à plateia e caixa de cênica. Os referidos corpos construtivos são interligados por um pátio descoberto, conhecido popularmente como "curral" devido às muretas existentes portadoras de bancos de alvenaria destinados, originalmente, a local de espera dos espectadores entre as sessões de cinema. É neste pátio que está assente o antigo serviço sanitário do equipamento.
No que tange aos aspectos construtivos da edificação notabiliza-se o uso de alvenarias autoportantes de tijolos cerâmicos, as quais sustêm a estrutura de coberta executada integralmente em tesouras e caibros corridos de carnaúba. Por sobre esta trama de carnaúba tem-se um telhamento cerâmico de fabricação manual.
José Ramiro Teles (Arquiteto Urbanista)
Fonte:
SECRETARIA DE TURISMO, CULTURA E MEIO AMBIENTE DE ARACATI. [Ofício] 5 dez. 2008, Aracati [para] Alcântara, Alexandre.15p. Informação Técnica: Serviços de Conservação emergenciais no Cineteatro Moderno.