As obras no sobrado de propriedade do IMJ foram iniciadas no dia 2 de março de 2004. Ao longo dos cinco anos em que a obra esteve sendo realizada houve uma imensa lacuna no importante trabalho em educação patrimonial desenvolvido pela instituição. Conforme afirma José Correia Calixto, presidente: “a obra sofreu momentos complicados por conta de acidentes no percurso como a greve do pessoal técnico do IPHAN, que dirigia a obra. Por conta da ausência desse grupo, que estava administrando a obra, o recurso foi recolhido. Pleiteamos novo recurso e isso teve um tempo de espera... e por conta de tudo isso houve um questionamento muito grande da sociedade com relação à demora da obra".
A obra de restauro do Instituto do Museu Jaguaribano é composta por recursos provenientes da Secretaria de Cultura do Estado e Ministério da Cultura. Nesse longo período de tempo a diretoria do IMJ se articulou em outras frentes de trabalho, apesar da "parada" da obra. “... Nós conseguimos grandes realizações como a conquista do sobrado vizinho, que oferece no momento uma estrutura totalmente diferenciada... Ali terá acomodação a administração da casa, reserva técnica e biblioteca...” afirmou José Correia.
No museu, as novas instalações foram projetadas no sentido de proporcionar ao visitante acessibilidade a todos os espaços disponíveis para visitação. Um elevador possibilitará ao visitante acessar até o quarto piso do sobrado. Esta conquista oportunizará mais conforto para idosos e portadores de necessidades especiais. Além dessas conquistas estruturais, José Correia ainda aponta como de grande relevância a descoberta e recuperação das pinturas originais da casa. “Isso (pinturas) também é um valor a mais que nós não contávamos no início da obra. (...) foi uma descoberta durante a obra. (...) No momento elas estão sendo restauradas por uma equipe de fora e uma equipe local... Estamos ao mesmo tempo formando profissionais restauradores em Aracati”, afirmou Correia.
A descoberta feita no sobrado do Museu Jaguaribano trata-se de um conjunto de pinturas de caráter decorativo que figuram sobre motivos geométricos e paisagísticos de grande apelo estético. Correia acredita que na área de tombamento rigoroso - que compreende o casario localizado na rua Cel. Alexanzito (Rua Grande) - possam existir outras edificações com características semelhantes às pinturas encontradas no Museu. A equipe que restaura as imagens é composta por profissionais da área e por jovens aracatienses. “A cidade inteira terá um ganho significativo com a capacitação desses profissionais. Trata-se de mão-de-obra especializada, imprescindível para recuperação dos painéis que serão descobertos”, reforçou Correia.
O projeto de modernização do Museu Jaguaribano ainda prevê um espaço cultural equipado com um Café e que servirá para dinamização do museu quando de lançamento de livros, aberturas de exposições, realização de saraus etc. “O pátio do museu vai ser um espaço acolhedor, com obras de arte... Como a âncora (exemplar medindo aproximadamente 4m) e outras peças de nosso acervo que, tratadas, poderão ficar a céu aberto”, informou Correia.
Atualmente o projeto de restauro do IMJ encontra-se sob a direção do arquiteto do IPHAN, Domingos Cruz Linheiro. Segundo Correia o Museu voltará às suas atividades em abril, cumprindo sua função essencial: a de ser um instrumento de irradiação da história, memória e cultura do povo jaguaribano.
Entrevista cedida por José Correia Calixto a Marciano Ponciano. Aracati, 28 de janeiro de 2009.