A mesa farta, a família reunida, a luz apagada, era um costume. À meia-noite o canto dos reis, o som da flauta, o bater do tambor, o doce acorde do violão refazia o ciclo anual das alegrias. O reisado vinha de longe, doutras ruas da cidade louvar o nascimento do Rei Negro, de Zé Preto. Cantigas, poesia, fartura. Todos os sinônimos para traduzir os dotes do nosso rei.
Naquela noite do dia 06 de janeiro de 2004 o nosso Zé Preto, celebrava 12 anos como monarca brincante em nosso reisado. Uma noite especial. As estrelas que cintilavam no céu ao sabor do vento Aracati, brilhavam em seus olhos. Papelão, purpurina, guizos, fitas de cetim.
Os brincantes do Lua Cheia entoam sua canção, recitam seus versos de porta em porta “abra a porta acenda a luz, venha ver o reisado em nome de Jesus”. O ritual ganhava novos sentidos, o sentido da vida- sua passagem e suas marcas. Como esquecer a marca presente, a doçura do nosso inesquecível Zé Preto? Como esquecer seu riso, seu abraço caloroso, seu olhar? O canto suave é uma lembrança da doce acolhida do nosso eterno amigo Zé Preto. A bênção Zé Preto. Nosso rei coroado.