TUA GENTE
Está mórbida a calmaria.
Gritos e gemidos
Se destoam numa só cantiga,
Enquanto um homem
Grosso e estúpido
Se aproxima de uma mulher,
Estufa o peito e lhe diz:
- Por que choras mulher!?
Não vês que as tuas lágrimas
Não vão molhar a tua gente!
Tu bem sabes que eu e outros iguais a mim,
Somos a palavra de ordem,
E todos têm que entender
Que teremos essa rota gente
Em nosso total poder!
E eu, o grande e indestemível,
Terei no meu reino
A palavra banida,
O medo patético
E a cantiga de clemência
Sem voz altiva.
(Manuel Lima)
EMBRIAGADO DE FELICIDADE
Quero beber o sol,
Quero beber a lua,
Quero tomar esse licor
E envolver minh'alma à tua.
Quero me embriagar de felicidade
E me sentir um bêbado,
Que toma um porre de amor
E fica caído pela cidade.
És a bebida preferida
Com gosto de mulher,
És a dose mais forte
Com gosto de bem-me-quer.
Bebida de sabor inigualável!
Primeiro gole que se consome,
É sempre inseparável
Na vida de qualquer homem.
É sempre uma paixão
À primeira vista,
Quando embriaga o coração
E quando há uma conquista.
(Manuel Lima)
ANJOS E POETA
Que a vida seja sublime!
E que os amantes saibam
O sentido dela,
Onde o beija-flor faz o beijar,
E o seu néctar o despertar
Para o enlace de dois caminhos
Que se cruzam.
Pois, quando falo de amor,
Falo pela boca dos anjos e poetas.
E, que o mundo tenha dois olhos:
O do coração e o da razão,
Que, incessantemente, estes nos
Dizem tudo,
Até quando devemos ver
Um novo amanhecer,
Sem mentiras e sem falsas palavras.
Então, navegar foi preciso,
Para estar nas águas do teu mar;
Por isso, cruzei mares e oceanos.
(Manuel Lima)
GRITOS E GEMIDOS
Na antessala
Reina a hipocrisia,
Enquanto ao seu redor
Está a mórbida a calmaria.
Gritos e gemidos
Destoam-se numa só cantiga,
Enquanto um malfeitor
Aproxima-se de uma mulher,
Estufa o peito e lhe diz:
- Por que choras mulher?
Não vês que as tuas lágrimas
Não vão molhar a tua gente!
Tu bem sabes
Que eu e outros iguais a mim,
Somos a palavra de ordem,
Onde todos sabem
Que teremos essa rota gente
Em nosso total poder!
E eu, o grande e destemível ,
Terei no meu reino
A palavra banida,
O medo patético
E a cantiga de clemência
Sem voz altiva.
(Manuel Lima)
RECITAL
Gritos e Gemidos. Manuel Lima.
Interpretação do poeta. 2008.