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Quero te falar dos dias que vivo e daqueles que perdi tentando entender o viver...
Falar que a solidão da lua é poética e que seu cair de amor é imortal;
Falar que o espelho mostra aquilo que vemos de nós mesmos e não necessariamente como o outro nos vê;
Dizer que é necessário ser sozinho, por vezes, para que nasça o tempo de reflexão, de autoescuta, de transformação;
Que os dias de euforia necessitam de atenção redobrada - muita informação pode representar absorção nenhuma;
Quero falar que a forma que amávamos ontem, não é a mesma de hoje, e que isso não é motivo de condenação - as formas de amar mudam, mas o amor é perene; Que entendi que há dias em que o corpo briga com a alma, e que no fim eles são como nós: dão-se conta que é melhor viver a dois na diferença do que ter apenas a companhia do próprio espelho;
Confesso que me encantei com olhares, com mãos, com palavras, que fui imprudente ao deixar que o encanto por “partes” me impedisse de ver o “todo”;
Quero falar, dizer, confessar... que de mim sei quase nada, que no nada vejo tudo - essa é minha forma de ver a vida, forma que descobri nos dias que pensei ter perdido tentando entender o viver.
(M. Ponciano)
O MISTÉRIO DA VIDA
Você já parou para pensar no milagre que é o nascer da vida? Observe uma simples planta seca: ela sofre, carece de nutrientes, de alimento, de força; sem poder buscar água ou adubo do outro lado da cerca, ela resiste, espera, faz prece à natureza para que caia do céu ou das mãos de alguém aquilo que necessita para sobreviver.
O milagre surge quando esta planta seca e, aparentemente, sem vida recebe água. Logo seus ramos começam a nascer, suas raízes ficam mais fortes e os frutos começa a produzir. Este milagre a ciência explica, mas não cria. Este poder de esvair-se da vida nas plantas também acontece com as pessoas. Muitas estão secas, sem vida. Não conseguem ultrapassar a cerca e andar dez metros à frente em busca da água que lhe dará sentido, frutos, vida. Esperam que o destino façam-nas vivas novamente.
As cercas que prendem as plantas são feitas de madeira do seu próprio caule; as cercas que prendem as pessoas são criação da sua própria carne. Se você não é planta e precisa de vida, Mova-se! Rompa suas cercas, vá até o rio, beba da água que necessita, recupere as forças e alimente o milagre da vida que é você. Não se prive de sentir o sol, de ser banhado pela chuva, não esqueça de alimentar raízes, mas também não impeça que suas folhas voem longe, onde o infinito começa e as certezas germinam. Não tenha medo de viver. Lembre-se: a vida é feita de secas, de tempestades, mas em meio a tudo isso existe a primavera que é linda, viva, cheia de cores, de sabores e de prazeres que só degusta quem se arrisca a viver.
(M. Ponciano)
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A contradição do 'sentir falta' é querer que passe a falta e volte o que preenchia...
Essa sensação vem do querer um pouco mais do que não mais existe, da vontade de ouvir aquela música e sentir a mesma sensação de estar ligado a alguém...
Sentir falta não é o problema, talvez o desconforto exista pela dúvida de não saber se você sente sozinho a falta de agora e o preenchimento que sentia quando estava com a música, com as conversas fora de hora - de toda hora-, com as divergências e as inesperadas e agradáveis concordâncias que um entendimento louco e sadio pode permitir... Na exatidão do tempo, a brisa que empurra a vela do barco ou o abraço que protegia a chama da vela... Quando se espera, o que se percebe é que a brisa que empurrava o barco na verdade é a mesma que apaga a chama da vela.
(M. Ponciano)
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Era! Da conjugação do tipo 'deve ser'...
Conforme os padrões, dentro dos jargões que a sociedade grita...
Imita? Irrita a repetida sequência de produções iguais... Em massa.
Que faça nascer o sol de um novo tempo em que, cada momento, é exemplo para ser diferente...
Comumente diferente...
Comovente suas construções, ações, emoções, entrega...
Não nega... Era... Príncipe...
Da conjugação do tipo 'deve ser', mas não é...
Não era de um príncipe que precisava.
(M. Ponciano)
LEVE
"Leve um pouco do meu sorriso leve...
Tão leve quanto o pousar do anjo que me acompanha...
Anjinho, leve-me com você também... vele meu pulsar carinhoso e leve...
Leva? Vale velar e lá ver o quanto é verdadeiro o valer do meu pulsar por você...
Leve... sutilmente leve e difícil de esquecer"
(M.Ponciano)