POETOSSÍNTESE

Wednesday, 28 July 2021 15:58

MARLY CORREIA

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Marly Correia. Marly Correia. Acervo da poetisa.

Seleta de poemas escritos por Marly Correia.

AMOR É PERDÃO 

  

Amor é colocar o bem do outro 
Acima do seu bem 
Sim 
Perdoar incondicionalmente 
Aceitar o mal a si próprio 
De bom grado 
Sempre pondo o próximo à sua frente. 

  

 
Sua fome 
Pode esperar, a do outro não. Vulgarmente falando: 
“É se abaixar sem medo dos fundos mostrar.” 
Eis aí a complicação 
Não falo de oferecer 
O outro lado da face 
Falo sinceramente 
De dar o corpo todo à tapa 

  

Seu frio 
Deve ficar pra depois 
Pois você tem que agasalhar 
O menos favorecido. 
Estamos dispostos 
A sentir esse amor avassalador? 

  

Todo dia perdoar? 
A viver uma vida de renúncia? 
Viver sem julgar os outros ou 
Sem fazer suposições maldosas? 

  

Diariamente somos testados 
Postos à prova 
E não podemos errar. 
De que lado você quer estar 
Na hora do fim? 

  

(Marly Correia) 


 

NOSSA POESIA 

Fui despertada pra verdade 
E não quero fugir dela 
Meus olhos pecadores querem enxergar 
A verdadeira essência do viver 
Não aguento mais tanta raiva contida 
Tanto dissabor 
Tanta dor. 

Então é um trabalho a se fazer diariamente 
Aprender a perdoar 
É pedir para Deus 
A força necessária pois 
Somente ele e capaz de nos transformar. 

(Marly Correia) 


 

SONDAR-TE 

  

Ultrapasse as barreiras do face e do whatsapp 

Ultrapasse todas as barreiras 

Reconheça-me como sou. 

Enxergue-me. 

Sinta-me. 

Não estou propenso 

E dispenso piedade alheia 

Escute-me 

Tente me ouvir 

Agora é a hora de não sorrir 

Vou pesar-te, 

Medir-te, 

Sugar-te. 

A investigação trai meu sonho 

Sonho, 

Com educação e saúde etc... 

Então lhe digo 

Enxergue-me 

Ouça meu clamor 

O povo oprimido tem direito 

De saber por que 

Qualé 

Vou te sondar 

E quem sabe não votar. 

  

(Marly Correia) 


 

 

MELANCOLIA NÃO 

  

Deixo aqui exposto 

Que ainda é cedo 

Para desistir 

Pois há 

Tantos motivos 

Pra Sorrir.

 

(Marly Correia) 


 

 

Ouçam-me fofoqueiros 

  

 
Não vou fingir ser inocente. 

Detesto as pessoas que têm dinheiro 

E as que não têm. 

Odeio os que têm o que comer, 

Mas, principalmente, os que têm fome. 

Obedeço às leis dos homens, 

Não me importo com os que sofrem; 

Se choram, e daí? 

"cada macaco no seu galho". 

Só a mim importa... 

Não gosto dos encontros marcados, 

Nem dos casuais. 

Ignoro casamentos corretos 

Ou imorais. 

Sei que tenho pecados, 

Os quais omito, ou finjo 

Que só os outros têm. 

Ignoro a Deus, aos homens e ao dinheiro 

Para mim, tudo isso é carnificina. 

Se sou babaca, 

Mesquinha, antiquada, 

Não quero seu sorriso, ou sua lágrima. 

Só quero, simplesmente, 

Que não olhem para mim! 

Minha vidinha medíocre 

Não é peça 

Para os hipócritas assistirem. 

  

(Marly Correia) 


 

Ho... 

  

A boca tua... 

Te quero 

Te desejo 

E até exalto com furor 

Beija-me 

Beija-me. 

 

(Marly Correia) 


 

RAINHA 

  

Linda morena 

De olhos negros e gentis, 

  

De mãos macias e 

Pele perfumada. 

  

Vem provar do meu 

Abraço festivo em tua chegada. 

 

(Marly Correia) 


 

AMIGO INZONEIRO 

  

Até parecemos filhos do mesmo seio 

Com nossas cabeças de metal 

Tentando quebrar 

Acordes e sonatas. 

Queria te fazer serenata 

Ou pior 

Mandar-te flores: 

Dizendo que te odeio 

Mas não. 

Farei o mais simples e sincero 

Brindo-te com poesia 

Para te dizer simplesmente 

Você é quem faz meu dia ser bem mais colorido! 

  

  

(Marly Correia) 


 

POETAS- HOMENS E MULHERES 

  

Este infatigável justiceiro 

Que no seu labor Juvenil 

Descreveu a mulher  

ou Homem Ideal. 

  

Idólatras do amor 

Até hoje, ostentando  

Sempre a verdade. 

  

Essa pessoa idônea 

Para retratar em versos 

A alma humana. 

  

  

(Marly Correia) 


 

VIGÍLIA 

  

  

Parece que você 

Adormeceu 

E eu aqui velo 

O sono seu. 

Será que a dor 

Se foi? 

Ah, maldita enfermidade 

Que Parecia te roubar o viço, 

Agora parece que se foi. 

Deixando só o tardar da madrugada. 

Ficarei acordada a te olhar,  

Até ser vencida pelo cansaço 

Da lida. 

Durma bem amor! 

  

(Marly Correia) 


 

O VAZIO É PASSAGEIRO 

  

  

Me encanta o espaço vazio 

O Homem vazio 

O prato vazio  

A boca vazia 

  

Vaso vazio 

tudo que é vazio 

Me atrai 

Me chama me ama 

  

me convida para 

Encher-se 

  

encher-te de 

Tudo e de todos 

A fruta para o prato 

A Mulher para o homem  

A comida para a boca 

A rosa para o vaso 

As nuvens e o universo 

Para o espaço. 

Nada nasceu sem pá 

Nada vive vazio, 

  

Nem o homem bruto 

Muito menos a prisão! 

  

(Marly Correia) 


 

 

QUEM ÉS 

  

  

Vens ao meu encontro 

Com o teu sexy andar 

E a volúpia de desejos 

Suga meu capim. 

  

O perigo me atrai 

Com pernas bem torneadas, 

Coxas!... Possivelmente, gostosas, 

Olhar penetrante e intenso. 

Como majestade, vem, 

E enlouquece meu ser. 

Minha nostalgia surpreende-me 

Quase fujo do teu encantamento. 

  

Prostituindo-se, me vem, 

Me enlaça, 

Me afaga, 

Me corta com teus punhos... 

Febrilmente te olho nos olhos! 

Visitas minhas entranhas. 

O sangue foge do corpo 

Tingindo o chão frio. 

Permaneço, em êxtase, 

Mas, pergunto: quem és? 

Então... 

Me sorri a MORTE. 

  

(Marly Correia) 


 

FALSOS HERÓIS 

  

  

Bendita seja a traição!  

Benditos sois, fofoqueiros  

De plantão, que se glorificam  

Com a carnificina alheia. 

  

Gloriosos são os falsos  

Porque herdarão os tesouros.  

Celebraremos a vinda  

Dos ladrões de inocência. 

  

Felizes são aqueles 

Que proferem pérfidas mentiras 

E exalam, com gozo, o escárnio do próximo. 

  

Festejaremos a podridão da espécie!  

Ao ódio absoluto,  

Vamos celebrar. 

  

  

(Marly Correia) 


 

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MARLY CORREIA

Maria Marli Cláudio Correia (Marly Correia) - nasceu em Aracati aos vinte e nove dias de maio de 1982, filha de Sebastião Morais Correia e Maria das Graças Cláudio Correia. Sua primeira experiência escolar ocorreu no C.S.U. (Centro Social Urbano). Integram seu currículo colegial as escolas Barão de Aracati, Eduardo Dias e Beni Carvalho. No Colégio Eduardo Dias descobriu sua primeira paixão: a leitura. Foi naquela instituição, aos quatorze anos, que conheceu Cláudio Barros (1996) e teve sua primeira vivência teatral (sua segunda paixão), mas ela só subiu ao palco um ano depois (1997) quando Renildo Franco ficou à frente do grupo de teatro da citada escola. 

Peças que atuou: 1997 “O Casamento Suspeitoso e Patiudas do Apocalipse” 1998 “O Boi Bumba, Linha Vermelha Dorotéia e Qual o Propósito da Vida”. Também em 1998 Fundou o grupo Arte Mágica dirigindo a peça “Anjos Cálidos” texto de sua autoria. Com o término do ensino Fundamental (1999) e com o fim do grupo Arte Mágica ela ingressa na E.E.M. Beni Carvalho. Naquela instituição participou das seguintes peças: (2000) Mateus e Seu Amado Boi, com direção de Felipho Rodrigo. Em 2001 assume a direção do grupo e dirige a peça “História de um Povo Feliz”. Como atriz participou das seguintes peças: “Artimanhas” (2003); “Esse Bode dá Bode” ambas dirigidas por Marciano Ponciano. De 1999 a 2001 participou no Grupo de Teatro Frente Jovem de teatro onde atuou na Paixão de Cristo, sob a direção de Valdecir Silva. Neste período encena os personagens Herodíades e Verônica. No ano 2000 assume por sete meses a direção do Grupo Frente Jovem e naquela oportunidade dirige e encena a peça “Água Pra Que Te Quero” de autoria de Tinoco Luna. Em 2004 participou do espetáculo "Memórias de Um Poeta Vivo” encenado pelo Grupo Lua Cheia de Teatro sob a direção de Marciano Ponciano. Em 2006 dirigiu a esquete "A Cadeira Vazia" para alunos da E.E.F.Profª Gercina Nepomuceno. O esquete foi apresentado na SEDRAIDA recebendo os prêmios de melhor maquiagem, melhor ator e atriz. Participou do II CANOARA realizado em 2006 com o Espetáculo "Memórias de Um Poeta Vivo" do Grupo Lua Cheia de Teatro. Em 2005 participou da montagem do espetáculo “Porque Adolfo Caminha?” encenado pelo Grupo Lua Cheia de Teatro, sob a direção de Marciano Ponciano. Em 2006 participou da publicação do Caderno de Literatura Poetossíntese. Naquele mesmo ano participa da montagem do espetáculo “O Conto dos Ventos” encenado pelo Grupo Lua Cheia de Teatro, sob a direção de Marciano Ponciano. 

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O Grupo Lua Cheia, com sede na cidade de Aracati-CE, é um coletivo de artistas formado em 1990 com o objetivo de fomentar, divulgar e pesquisar a arte e a cultura.