Qual a influência que a cidade de Aracati exerce sobre as suas composições?
Pra falar a verdade não existe assim um ponto de influência em minhas músicas. Tenho um impulso em relação a alguma coisa e logo escrevo e cantarolo o que vem em meu pensamento.
Como você avalia sua participação como compositor em temas para peças teatrais?
É difícil essa autoavaliação. Como me disse um amigo outro dia “executemos e acreditemos em nossos projetos e sonhos, e deixemos que os outros nos avaliem". Acho que o fato de estar sempre compondo para teatro seja um fator de interesse dos diretores de teatro sobre meu trabalho. Sou muito grato por isso.
Qual a importância do teatro no seu trabalho musical?
Na verdade, primeiro veio o teatro, depois a música. O teatro está na minha música e não tem como separá-los. Com o teatro crio minha forma de interpretar as músicas que canto.
Como você avalia a música que é feita em Aracati?
É meio complexo fazer uma avaliação neste sentido. Acho que as pessoas realmente fazem música, mas não são prestigiadas, nem tão pouco valorizadas. Não sei de quem é a culpa, mas acho que está na hora de se pensar sobre esta questão. A música que é feita em Aracati é de um gosto bastante refinado e eclético, com mistura de muito sentimento e talento. Quem conhece os músicos Janailsom Alves, Netinho Ponciano e Sandro Guimarães, sabe do que estou falando. A estes veteranos seguem uma nova geração de nomes como Pepeu, Marlom e Marcelo Costa, músicos de nossa cidade.
Fale um pouco sobre seu CD autoral “O Jardim”.
Esta obra é para mim um jardim em que as flores são minhas músicas, os caules os músicos e grandes amigos que participaram na produção deste trabalho, e os espinhos constituem as dificuldades encontradas. Trata-se de um trabalho autoral, poético. Busco uma linguagem que expresse minha maneira de ver o mundo, minha identidade.
Qual seu próximo projeto?
Meu mais novo projeto está em processo de elaboração e consistirá na criação de um novo CD com músicas elaboradas em parceria com diversos poetas e amigos.
Entrevista cedida por Betto Lins a Marciano Ponciano em 11 de dezembro de 2005.