Como você definiria a arte?
A arte é a capacidade criadora do homem de expressar-se, transmitindo ideias, sensações e sentimentos através de materiais e meios diversos.
Em que projeto de arte você tem trabalhado?
Há um ano assumi a função de assistente de coordenação do Setor de Arte e Cultura - SEAC, do Colégio Marista Cearense. Desenvolvo atividades em dois projetos que trabalham as quatro linguagens artísticas (Teatro, dança, música e artes plásticas): De Mãos Dadas com a Arte (direcionado para o Ensino Fundamental I) e Arte Viva na Escola (direcionado para os pais, alunos do Ensino Médio e funcionários). Estou cursando o 2º período do Curso Comunicação Social - Publicidade e Propaganda na Faculdade Católica do Ceará (Marista). Nesta sou responsável pelas ambientações dos eventos socioculturais.
Aracati gesta grandes artistas. No entanto a cidade não consegue absorver a produção cultural dos mesmos. Muitos, como é o seu exemplo, procuram novos horizontes a fim de cumprir este ideal. Como você avalia este aspecto social tão contraditório?
É triste ter que admitir esta ambiguidade. Aracati vive de contrastes: tão bela e ao mesmo tempo tão feia, tão culta e ao mesmo tempo tão vulgar, tão rica e tão pobre; tantos artistas plásticos, tantos atores, tantos poetas, tantos músicos, tantos escritores e tanta divergência, tanta inveja, tanto descaso, tanto despeito e anulação. Difícil de conviver, relutar e resistir é a regra para quem fica. Salve a beleza dada pela natureza, o vento, o rio, o mangue, as praias, fonte inesgotável de inspiração dos que resistem por amor a esta terra.
Aracati: um lugar ou uma saudade?
Um lugar pra sentir saudade.
Qual a saída para que Aracati assuma a sua sina de cidade cultural?
O povo aracatiense precisa se conscientizar e exigir de seus governantes mais seriedade no que diz respeito ao social. Precisa-se investir mais em educação, saúde e cultura, senão tudo não passará de camuflagem para a politicagem baixa que é típica dos representantes desta cidade. Os artistas têm que sair de seus casulos e investir mais em sua formação, buscando conhecimento e criatividade. Dessa forma é possível resgatar a cultura artística deste povo.
Qual a máxima de vida que você contribuiria a fim de reflexão de nosso público?
É preciso transgredir. Suplantar os conceitos existentes. Questionar o que nos é imposto. Também é preciso errar para poder acertar. Amar e odiar. E não se contentar nunca!
Entrevista cedida por Edson Virginio a Marciano Ponciano em 28 de abril de 2006.