Quando alguém caía doente de cólera-morbo, a primeira providência era chamar o padre para dar a extrema unção, pois sendo uma doença mortal naquele tempo, meados do século XIX, os conhecimentos médicos eram quase inúteis ante a ferocidade do mal. Restava então somente apelar para Deus, dando um encaminhamento à sua presença, através dos santos sacramentos, àquele indivíduo que por ventura viesse a ser acometido de cólera-morbo.
Aracati é uma das cidades mais velhas do Ceará e, outrora apresentou desenvolvimento e atingiu um grande esplendor - entretanto, na década de 1960, quando lá fui morar, Aracati vivia das lembranças e das glórias do que de outra cousa.
Às vésperas do ano novo, entrevistamos a Secretária de Cultura, Turismo e Economia Criativa da cidade de Aracati-CE, Sra. Cláudia Leitão. Ao longo do diálogo Leitão se revelou entusiasmada com a Terra dos Bons Ventos e nos falou sobre os projetos que pretende empreender junto à pasta.
Descobertas arqueológicas e arquitetônicas, encontradas no Teatro Francisca Clotilde, evidenciam a atividade teatral aracatiense no início do século XIX. Em entrevista, Ramiro Teles, arquiteto do IPHAN, nos revela detalhes sobre a obra de restauração e requalificação do Teatro Francisca Clotilde.
Situada numa das principais avenidas de Aracati-Ce, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário desponta impávida mediante a efervescência de nossos dias. A edificação é uma espécie de memória do tempo, da religião católica, reminiscência das irmandades que havia em Aracati. O mais antigo registro nos traz a informação que a primeira edificação foi construída de taipa na antiga rua do piolho, atual Avenida Coronel Pompeu e nela rezavam os escravos aos domingos os seus terços até que o capitão Feliciano Gomes da Silva e sua mulher Floriana Ferreira da Silva, em 1777, fizeram doações de pedra e cal, para seu patrimônio e requereram licenças para erigir e benzer a capela com o título de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a qual seria mantida pela irmandade de igual denominação.
Do entusiasmo da juventude à experiência da maturidade, a música é sempre prioridade na vida de Netinho Ponciano.
A Praça Dr. Leite, primeira de Aracati, foi inaugurada no dia 24 de dezembro de 1911. A iluminação, a gás acetileno, e as duas bandas de música que comporam a programação cultural, provocaram grande êxtase e deleite nos munícipes. No passado, ali funcionara o prédio da Alfândega, extinta em 1851, e posteriormente a "Mesa de Renda". Este último estabelecimento veio a ser abandonado, pois o antigo prédio estava prestes a ruir.
A casa pertenceu a Monsenhor Bruno Figueiredo que ainda jovem ingressou no seminário da Prainha, em Fortaleza, onde se ordenou em novembro de 1875. Dirigiu o Ateneu Cearense, o Liceu do Ceará e o Instituto de Humanidades. Fez concurso em Manaus, conquistando a cadeira de latim no Liceu Amazonense, e foi professor do Externato São José e Colégio Santa Teresa. Foi vigário de Maranguape a pároco de Aracati, onde faleceu em 1930. Jornalista e orador, foi figura incansável na defesa dos desvalidos. Foi condecorado com comenda da ordem de Cristo. Publicou “Oração Fúnebre”, “Sermão sobre a Imaculada Conceição” e “Os primeiros bispos do Ceará”.
A cidade de Aracati é mais bonita e menos movimentada que a de Icó. Ambas têm o mesmo aspecto de paz, de felicidade e de velhice.
Aracaty é denominação de um vento e de uma brisa. Correm ambos pelo norte do Brasil ou, melhor, por determinadas regiões do Ceará. No vale do Jaguaribe, por exemplo, o vento aracaty sopra geralmente na direção nordeste-sudoeste, “com alguma violência”, e aparece ao cair da tarde, durante o estio. Em Icó, entretanto, o aracaty perpassa “como brisa mansa que vem do mar”.
Existiu, há muitos anos, na vila de Fortim, deste município, uma velha viúva conhecida por "Maroca", que morava em companhia de um filho também viúvo bastante idoso e de uma neta solteirona. A velha "Maroca" contava, presumivelmente, 90 anos de idade, e segundo nos mostra a lógica, já estava caduca e, além disso, quase cega. Não sabia mais o que fazia nem o que dizia, e só identificava raras pessoas pela voz.
O primeiro jornal, que o Aracati possuiu. Redator e proprietário Joaquim Emilio Ayres, conhecido por Ayres da Michaella, anteriormente Joaquim Ignacio Wanderley, natural de Alagoas.
O Grupo Lua Cheia, com sede na cidade de Aracati-CE, é um coletivo de artistas formado em 1990 com o objetivo de fomentar, divulgar e pesquisar a arte e a cultura.