Quando o Aracati-Club era um reduto fechado, frequentado exclusivamente pela elite aracatiense, a eleição para sua diretoria era uma verdadeira disputa política. Ser presidente do Aracati-Club significava prestígio e liderança na sociedade e na política.
“Mulher de ideias avançadas, muito escreveu e muito ensinou, vivendo como viveu uma época, no Ceará, de grande ebulição intelectual, quer no campo propriamente dito das letras, quer no da política, uma e outra podendo, a bem dizer, estar isoladas, provado que, entre 1880 e 1889, na quase totalidade, eram abolicionistas e republicanos os escritores válidos da terra alencarina” (Otacílio Colares)
Sufraia fazia mais medo às pessoas com sua aparência de humano do que quando virava Lobisomem. Na verdade, Sufraia era um Lobisomem na aparência: barbudo, nariz de focinho, orelhas cabeludas com tufos de cabelos saindo de dentro do ouvido, corcunda e torto em riba de umas pernas zambetas, longilíneo e desengonçado. Era mesmo muito feio o Sufraia.
Zé Batata foi o maior, o melhor e mais representativo Cão de pastoril que já houve no Aracati. O artista Zé Batata interpretava, no pastoril, que se apresentava todo final de ano na Praça dos Prazeres; o Cão, personagem dos mais queridos por todos quantos se exibiam naquele auto pastoril, por causa do seu jocoso desempenho. A grande luta travada no palco do pastoril era a batalha entre o Cão Zé Batata, de aspecto horroroso, mostrando um só dente na sua imensa bocarra e o anjo Gabriel, representado, geralmente, pela moça mais bonita e cheia de candura entre todas as que compunham a trupe do pastoril.
Um dia - já faz tempo - ele me disse coisas que só um poeta saberia dizer. E me olhou com os olhos da alma e retratou o que de melhor viu em mim. Fez-me, então, acreditar numa "beleza de lírios das mais raras e aprimoradas virtudes", nascidas no meu coração ainda tão menino. Honrou-me aquele discurso; guardei-o, comovida, por todos estes anos, não por simples vaidade, mas, sobremodo, por respeito à sua autoria.
Dotada de boa memória, viajada e inteligente, Castorina é um bom papo, não deixa a gente se desligar, nem mesmo por instantes, de sua figura encantadora e magnetizante. Seu grande amor, depois do Aracati, é o Recife, onde ela sempre ia vender rendas e bordados. Recife, como Aracati, é uma cidade de muita água.
Com a primeira edição praticamente esgotada, a escritora Anamélia Mota retorna ao Aracati para o lançamento do livro “Francisca Clotilde – Uma Pioneira da Educação e da Literatura no Ceará”. O evento, com data prevista para o mês de abril, abre as comemorações do centenário da chegada das Clotildes em Aracati. Sem dúvida alguma será um evento imperdível em que teremos a oportunidade de adquirir o resultado de uma pesquisa séria e criteriosa sobre a mulher Francisca Clotilde, um nome que honra a história do Ceará e enobrece a terra aracatiense. Bendito é o solo que acolhe e ampara aqueles que semeiam a luz!
No dia 25 de agosto de 2004, o pesquisador Antero Pereira apresentava, no Teatro Francisca Clotilde, importantes evidências e documentos da pujante atividade teatral em Aracati. "Na semana em que se comemora o dia mundial do teatro (27), vimos trazer à luz de nossos dias este importante arquivo para a memória da cultura aracatiense. Convidado pelo Grupo Lua Cheia na pessoa do seu representante, Marciano Ponciano, para falar sobre o teatro em Aracati, imaginei que poderia traçar uma trajetória histórica do nosso teatro. No entanto, as dificuldades de informações e a falta de acervo onde buscar as necessárias informações me limitaram. Portanto nesta pequena e curta conversa que o convite chama de palestra irei me reportar e descrever algumas cenas e passagens espaçadas no vácuo do tempo do nosso teatro"- destacou Pereira.
Antero Pereira Filho, em seu artigo "Sobrado do Barão: Desfazendo um equívoco" vem nos apresentar fontes historiográficas sobre o sobrado sito à rua Cel. Alexanzito, 743, em Aracati, hoje sede do Instituto do Museu Jaguaribano, comumente mencionado como antiga residência do Barão de Aracati. É sobre esta referência que Antero Pereira Filho busca questionar a veracidade da alegativa.
No dia 16 de março a comunidade Vicentina em Aracati deu início a uma vasta programação em comemoração aos 75 anos de sua presença na Cidade dos Bons Ventos. Apresentações de teatro e dança com o Grupo Dias de Teatro e a Cia. Eclipse, ambas formadas por alunos vicentinos, deram o tom artístico da celebração. No texto que apresentaremos o leitor poderá verificar a importância no aprendizado através da arte, conceito tão difundido em artigos sobre arte-educação, conceito presente na filosofia vicentina.
Não chega a dez anos desde que foi criado o sítio histórico nacional de Aracati. Tempo ainda curto, na opinião do arquiteto do Iphan, Francisco Veloso, para que haja uma verdadeira mudança cultural nas pessoas. Para ele, as dificuldades dos moradores em aceitar as restrições impostas pela lei federal do Patrimônio Histórico, é “uma questão de educação”. Segundo o arquiteto, qualquer reforma nas casas pode ser feita, contanto que não interfira na forma original do prédio. Veloso acredita que falta mais conscientização por parte dos proprietários em relação à importância daquele patrimônio. “As pessoas têm que saber do valor que têm sob sua responsabilidade quando se mora numa cidade reconhecida nacionalmente como Patrimônio Histórico”.
Diante da bem-sucedida experiência de Icó, chega a vez de Aracati. A preservação beneficiará, de saída, as fachadas de 275 imóveis situados na Avenida Coronel Alexanzito (Rua Grande), compreendendo habitações residenciais, prédios públicos e as igrejas católicas, construídos durante os séculos XVIII e XIX.
O Grupo Lua Cheia, com sede na cidade de Aracati-CE, é um coletivo de artistas formado em 1990 com o objetivo de fomentar, divulgar e pesquisar a arte e a cultura.